Entrevista com o Dr. Pedro Pessanha, Presidente da Distrital de Lisboa do partido político «CHEGA».
É certo que em Portugal as pessoas sabem quem é o Dr. Pedro Pessanha, mas nos países de língua portuguesa e espanhola os cidadãos da comunidade ibero-americana ainda não sabem …
- Quem é o Dr. Pedro Pessanha? Quando começou a vida política do Dr. Pedro Pessanha?
53 anos, Oficial Fuzileiro Reserva Naval, Secundário em Bruxelas, Licenciado em Gestão Imobiliária, Pós formação em Gestão do imobiliário pelo IST. Militante do CDS desde meados dos anos 90, Presidente do Núcleo de Cascais até ser expulso em 2013, o que muito agradeço ao partido na medida em que me poupou tinta e papel, por ter feito parte de uma candidatura independente pela Câmara de Cascais. - Francisco Sá Carneiro ou Mário Soares? Qual dos dois marcou mais o seu pensamento político?
Saí do País em 1975 com 9 anos de idade e voltei em 1986, com 20 anos. Nem Sá Carneiro nem Mário Soares marcaram o meu pensamento político. Cresci na Bélgica, numa monarquia constitucional e uma das mais claras democracias europeias. Fui educado em colégios belgas e foi no respeito pela democracia belga que se formou o meu pensamento político. - Como imagina que seria Portugal hoje, com o saudoso Dr. Francisco Sá Carneiro como Presidente da República de Portugal?
Não tenho memória de Sá Carneiro. O que dele sei é por leitura ou testemunho oral. E do que sei por essas vias, concluo que seria certamente um Bom Presidente. - Acha que o Dr. André Ventura tem o mesmo pensamento político e o mesmo valor que o Dr. Francisco Sá Carneiro tinha?
Sim, no respeito pela democracia e na vontade de criar um Portugal grande e próspero. É aí que encontro afinidades. - São vocês, a festa «Chega», Dr. André Ventura, e o Dr. Pedro Pessanha, uma festa para canalizar o descontentamento de muitos portugueses, que se decepcionam com as festas tradicionais, ou como se costuma dizer em Espanha, a opção de “exercer o direito de chutar”; Ou, pelo contrário, devemos entender que representa o verdadeiro ressurgimento da Direita em Portugal?
A Direita Portuguesa, para sobreviver ao processo revolucionário, teve de se acomodar a ser a Direita que a Esquerda (PS, PCP e depois BE), consentia. Uma Direita tímida, envergonhada, servidora. O CHEGA é o primeiro partido, desde 1974, que se proclama abertamente de direita no sentido clássico: conservador, liberal quanto basta e patriota. - Qual é o projeto político do Chega para Portugal, porque decidiu dar esse nome ao seu partido?
CHEGA, porque estamos fartos de corrupção, amiguismos, nepotismo e conúbio entre o Estado e os interesses económicos, que lucram com o Estado e que fazem enriquecer os políticos que personalizam o Estado.
E CHEGA também da ditadura gramsciana do politicamente correcto com
inversão e destruição das tradições e das raízes históricas e culturais duma Nação com 900 anos. - Qual a diferença entre o Chega e o CDS, PP, PSD e outros partidos liberaisconservadores, vocês se consideram herdeiros do salazarismo, são um partido nacionalista e patriótico?
Eu tinha quatro anos quando Salazar morreu. Salazar e salazarismo são coisas estranhas ao meu pensamento político. O CHEGA é conservador nos costumes, sem fanatismos. Privilegia a Família tradicional e o trabalho, respeita o contribuinte e não se intromete na vida privada de cada um. É liberal na economia, com preocupação sociais na saúde e na educação e contra o subsidiarismo aos aproveitadores. É patriota, ama Portugal e defende os
portugueses, mas não é nacionalista, se por tal se entende o ódio e desprezo pelas outras Pátrias. - Dizem os boatos que o Chega é um partido de «extrema direita», «xenófobo», «homófobo» e uma infinidade de outras ocorrências. A que atribui esta tentativa de caricaturar o seu partido, de o criminalizar; além de aplicar a lei do silêncio, a “omerta” à maneira da máfia, e impedir que apareçam na maioria dos meios de comunicação?
Os rótulos que nos querem colar traduzem o receio que a esquerda radical tem de quem a enfrenta no seu terreno. Isto é uma espécie da história do rei vai nu, e a esquerda radical tem esse pavor de que o povo a veja como ele vai: nem sequer nua, mas vestida de mentira e arrogância. Quanto aos meios de comunicação, as redações ou estão ocupadas pela extrema esquerda radical, ou pactuam com um Governo que as subsidia.
- Como já insinuou em várias ocasiões, é a favor da defesa do direito à vida, desde a concepção à morte … Como, segundo o senhor, deve ser feito para impedir os cerca de 20 mil abortos anuais que se praticam em Portugal? O que fazer com os doentes terminais, etc.?
O aborto não pode ser criminalizado, mas pode ser atenuado se as mães sentirem que têm condições para criar os seus filhos. Cada aborto é um caso, cada caso um drama, cada drama uma oportunidade para melhorar as condições para que não volte a repetir-se.
Hoje não podemos impedir que os idosos estejam cada vez mais separados dos seus apoios tradicionais, que eram os seus filhos. Criar e aumentar a rede de apoio aos idosos, privada, das Misericórdias ou do Estado, é uma necessidade. E quando os idosos chegam a situações terminais é necessária uma rede de entidades especializados para essas situações. A eutanásia, a constituir-se, terá de ser em circunstâncias que não deixem a menor duvida de que essa é , absolutamente, a vontade do individuo. - Também se vangloria de ser a única parte que defende veementemente a instituição familiar e que propõe a revogação de leis inspiradas na “perspectiva de gênero”, e que a guarda conjunta de menores seja generalizada após o divórcio. me conte um pouco
sobre tudo isso?
Na cultura ocidental a família tradicional é a célula base da organização social. Quando ela se desfaz pelo divórcio, os pais refazem a sua vida, mas as crianças sofrem. A guarda conjunta permite que continuem a ter pai e mãe.
A “perspectiva de género” é uma arma de criação gramsciana para a destruição da família tradicional. Não há género, há sexo. E dentro do sexo, há hétero e há homossexuais. Sempre houve, é uma criação da natureza. A homossexualidade, masculina ou feminina, é uma realidade da vida e há milénios que a Humanidade vive com ela, numas épocas de forma aberta, outras com preconceito.
Não temos nada contra uma manifestação da natureza. A nossa posição é a de que não se veja nas uniões homossexuais um substituto da família tradicional. Quanto à vida privada, cada um tem a sua. - Falemos de outra questão: Qual a solução de Chega para o enorme problema que Portugal e os portugueses terão de enfrentar, devido à diminuição da natalidade, ao aumento da esperança de vida e ao grave risco que não pode pagar as pensões dos idosos a médio ou longo prazo, e coisas semelhantes?
- Se melhorarmos as condições de vida dos portugueses, baixando a carga fiscal, favorecendo as PME e facilitando o investimento, a natalidade melhora automaticamente. Quem sabe de história, sabe que sempre que se deixou o Povo trabalhar em sossego, a natalidade aumentou. O caminho é por aí.
- O que você acha da emigração, dos chamados «refugiados» e das questões pelas quais eles o acusam de não ser solidário e de xenófobos, islamófobos e semelhantes?
Dr. Pedro Pessanha, como sabe, os cristãos não têm os mesmos direitos nos países muçulmanos. Concorda que o Estado português financia e promove o islamismo de forma semelhante ao governo de Espanha?
O CHEGA acolhe todo aquele veem de fora para melhorar a sua vida,
trabalhando. Temos entre nós chineses com as suas lojas, indianos com os seus restaurantes, ucranianos, brasileiros, paquistaneses, russos, franceses, alemães, ingleses, holandeses, sem esquecer obviamente toda a comunidade dos Palops, temos de tudo e tudo é bem vindo se vier por bem.
Cada um tem as suas tradições, a sua religião, tudo bem. O que não aceitamos são os que veem para viver sem trabalhar à custa do contribuinte, ou que veem para tentar impor aqui um tipo de vida que não funciona no Pais de onde vieram.
Basicamente quem quiser viver em Portugal deverá respeitar as nossas
tradições, os nossos costumes e as Leis do País. Para ter direitos também é necessário que haja deveres. - Fale-me sobre a corrupção, que medidas o Chega tomaria para combater a corrupção?
Para combater a corrupção, leis claras, processo penal rápido e punição forte. Para que o povo que paga não possa duvidar que, se houve crime, houve castigo! - Muito obrigado por nos dar algum do seu precioso tempo, Dr. Pedro Pessanha, Presidente da Distrital de Lisboa do partido político «CHEGA» e vê-lo em breve.
- Carlos Aurelio Caldito Aunión.
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