Rapto dos Inocentes, drama musical de Samuel Esteves
Quem é Samuel Esteves?
Filho de Augusto Esteves e de Fernanda Henriques, formado em Ciências Sociais, Planeamento e Gestão, e com frequência do Instituto Bíblico do Tojal, tem particular interesse na mensagem profética da Bíblia, no que diz respeito à centralidade do tema do povo judeu e sua relação com a igreja, na história e no plano divino de redenção da humanidade. Tem ainda um interesse específico pelas artes performativas que desde cedo incluiu na sua formação e atividade profissional e de voluntariado.
Davide Pereira: De que trata a peça de teatro Rapto dos Inocentes?
Samuel Esteves: Trata de um tema pouco conhecido do público como o rapto de crianças em Lisboa por ordem de D. João II de Portugal.
A perseguição e a expulsão dos judeus da Península Ibérica no final do século XV marcou o início de uma das páginas mais negras da história de Espanha e Portugal. O musical Rapto dos Inocentes conta uma história de coragem e de sobrevivência da família de Jacob, que vê o seu filho mais novo ser raptado em Lisboa e levado para S. Tomé e Príncipe por ordem da coroa portuguesa.
A história decorre num contexto de perseguição e humilhação da população judaica na Península Ibérica e a necessidade da coroa do reino português de usar a escravatura nos engenhos de açúcar nas recém-descobertas ilhas de São Tomé e Príncipe.
A pressão de um casamento real entre as duas coroas ibéricas levou o novo rei português D. Manuel, a jogar um perigoso equilíbrio entre os interesses nacionais e os de Castela, em que as vítimas são os judeus, rompendo infelizmente com uma tradição de tolerância que caracterizava Portugal até então. Uma nova diáspora judaica começaria a partir desse momento, sempre ameaçada pela Inquisição que começaria a estender os seus tentáculos de ódio ao povo judeu, ainda que convertidos ao cristianismo à força.
Esta é uma homenagem ao povo judeu expulso de Sefarad (Península Ibérica) e às vítimas de escravatura em São Tomé e Príncipe e todas as vítimas da escravatura da atualidade, com uma nota de esperança num futuro melhor para todos, esperança no Criador e Redentor do mundo.
Davide Pereira: Sabemos que realizou outros projetos em que o povo judeu era tratado na dramaturgia, quer falar-nos deles?
Samuel Esteves: Entre 2012 estreámos o musical Terra Prometida e depois em 2018 o musical Filha de Jerusalém, onde abordámos a problemática do Holocausto, a criação do Estado de Israel e a reunificação de Jerusalém após a guerra dos seis dias de 1967.
No musical Terra Prometida a história centra-se num grupo de jovens, em plena Segunda Guerra Mundial, no ano de 1943, que cansados de perseguições e de ver tanto sofrimento e morte, participam na revolta do gueto judaico de Varsóvia, na Polónia. Derrotada a revolta pelos Nazis, mas sem terem quebrado o espírito e a vontade de procurar a liberdade, os jovens sobreviventes decidem construir o seu futuro numa terra de novas oportunidades, a antiga terra de Israel, a Terra Prometida. Nesta sua aventura sabem que estão a cumprir o sonho dos seus pais, mas não sabem que estão em vias de testemunhar o cumprimento de uma profecia da Bíblia.
Para mais detalhes recomendo que visite o site http://musicalterraprometid.wix.com/maio#!
No musical Filha de Jerusalém, por ocasião do 70º aniversário do estado de Israel, contamos a história de Marie e do seu pai, que para fugirem à solução final de Hitler, refugiaram-se na Ericeira, desde que obtiveram um visto pela mão do Cônsul Aristides de Sousa Mendes em Bordéus. Com a notícia da decisão das Nações Unidas de dividir a Palestina para a criação de dois estados, em 27 de Novembro de 1947, Marie aceita cumprir o sonho do seu pai, o de levar um tesouro para a capital da nova nação judaica. Mas primeiro terá de o proteger dos perigos resultantes da guerra que dividiu a cidade de Jerusalém.
Para mais detalhes recomendo que visite o site https://filhadejerusalem20.wixsite.com/filhadejerusalem
Davide Pereira: Verificamos que apoiam projetos humanitários com as receitas dos musicais?
Samuel Esteves: Através da Embaixada Cristã Internacional Jerusalém, onde tive a oportunidade de fazer voluntariado, apoiámos judeus etíopes no processo de emigração para Israel, que viviam a maior seca desde há 50 anos e estavam a ser perseguidos por militantes islâmicos; apoiámos judeus pobres franceses e ucranianos a emigrar para Israel, na sequência do ressurgimento do antissemitismo em França e Europa; apoiámos um lar de idosos sobreviventes do holocausto, em Haifa, em Israel; apoiámos o exército de Israel que prestava apoio de cuidados de saúde a vítimas da guerra na Síria, junto à fronteira do norte de Israel (projeto bom vizinho); e através da Associação Internacional Cristã (Voz dos Mártires) apoiámos cristãos perseguidos pelo Estado Islâmico e outros grupos terroristas.
Com o musical Rapto dos Inocentes gostaríamos de apoiar uma creche em São Tomé e Príncipe. No presente, este projeto conta com o apoio e patrocínio oficial da Embaixada de Israel, da Aliança Evangélica Portuguesa.
Davide Pereira: Quando poderemos assistir a Rapto dos Inocentes?
Samuel Pereira: Se o Altíssimo permitir, gostaríamos de apresentar em Maio e Junho de 2021 o Rapto dos Inocentes em Lisboa, Tomar e Porto. Logo que haja datas de espetáculos informaremos.
Davide Pereira: Onde colhe a sua inspiração para escrever este tipo de histórias?
Samuel Esteves: Na história do povo judeu e na Bíblia em textos como estes, por exemplo,
“Que outra nação na terra é semelhante a teu povo Israel, a quem tu, ó Deus, foste resgatar para te ser povo, para te fazeres um nome, e para fazeres a seu favor estas grandes e terríveis coisas para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste para ti do Egito, desterrando nações e seus deuses? Assim estabeleceste o teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu, Senhor, te fizeste o seu Deus.” II Samuel 7:23,24
“Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua malícia é acabada, que a sua iniquidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus pecados. Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e a sua recompensa diante dele.” Isaías 1, 2, 9 e 10.
“Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam” Salmo 122:6
Samuel Esteves
Esta entrevista foi conduzida por Davide Pereira.
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